segunda-feira, 21 de novembro de 2011

Centrais e Federações de Trabalhadores se unem e reagem à pressão na luta pela valorização do Piso Mínimo Regional


                                              Presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, durante o ato em defesa da CLT
                                                   
                                              Foto: Márcia Cordeiro
Em resposta à pressão exercida pelo patronato ao governador Tarso Genro, quando inclusive defenderam a extinção do Piso Regional, sob a alegação de que, com ele, diminui o número de empregos nos estados que o adotam, o presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB-RS), Guiomar Vidor, considerou falsos os dados apresentados pelos empresários.
“Nós vamos dar continuidade a campanha que a CTB-RS tem divulgado em todo o Estado: a luta pela valorização do Salário Mínimo Regional. Entendemos que o Piso Mínimo, ao contrário do que afirmam os setores empresariais, é um instrumento importante para a distribuição de renda e o fortalecimento da nossa economia. Esses argumentos lançados pelas entidades patronais são falsos porque se comprova efetivamente que quanto mais se distribui a renda, mais se fortalece o mercado interno. Essa é a receita que o Governo Lula deu para o Brasil quando fortaleceu o salário mínimo, gerou mais consumo e isso ajudou o país a sair mais rapidamente da crise financeira internacional.
Além de considerar inoportuna a pressão dos empresários, uma vez que o Piso Mínimo vem sendo discutido pelos trabalhadores e patrões em fórum especialmente designado pelo Governo – a Câmara Temática do Piso Salarial, que integra o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social (CDES-RS) – o presidente da CTB-RS argumenta com dados fornecidos pelo Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (Dieese) para justificar a necessidade de uma implantação permanente da política para o Salário Mínimo Regional no Rio Grande do Sul.
“De acordo com os estudos do Dieese, tendo por base dados do próprio Ministério do Trabalho e Emprego, de 2001 a 2009 foram gerados cerca de 500.000 novos postos de trabalho, uma alta de 30% no Rio Grande do Sul, quando passamos de 1,98 milhão de empregos em 2001 para 2,6 milhões em 2009. Ao mesmo tempo, a taxa de desemprego na Região Metropolitana de Porto Alegre caiu de 14,9% em 2001 para 8,7% em 2010. Diante disso, entendemos que a posição atual do patronato é retrógrada porque vai contra o que já deu certo através da valorização do Salário Mínimo Nacional e, inclusive, com as medidas adotadas por Tarso Genro em seu primeiro ano de governo no Rio Grande do Sul, ou seja, valorizar o Salário Mínimo Regional e recuperar o seu poder de compra que, quando foi criado em 2001, no governo de Olívio Dutra, equivalia a 1,28 salários mínimos.”
As Centrais e Federação de Trabalhadores reivindicam, também, a reposição gradual das perdas ocorridas durante os últimos governos estaduais.
“Queremos que haja uma política permanente de valorização do Salário Mínimo Regional até que ele alcance os mesmos patamares daquele 1,28 salários mínimos nacionais, valor original de quando foi instituído. A proposta que apresentamos é aplicar os 14% - que dariam um piso equivalente a R$ 695,00 – mais 3,5% de parte da reposição das perdas salariais, que seriam divididas em quatro parcelas – o que vai significar um Salário Mínimo Regional de R$ 719,74. Esse é o valor do Piso Mínimo que defendemos para que entre em vigor a partir de 1º de janeiro de 2012”
Guiomar Vidor anuncia quais os próximos passos na luta para que o governo Tarso Genro cumpra a sua promessa de valorizar o Salário Mínimo Regional.
“Na semana passada tivemos uma reunião com as centrais sindicais, na sede da CTB-RS, quando o Dieese forneceu mais argumentos em defesa do Piso Mínimo. Nesta terça (22/11), às 9 horas, as Centrais e Federações estarão na Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa, quando será votado o parecer favorável do relator, deputado Raul Carrion (PCdoB) ao Projeto de Lei nº 103/2010, do deputado Heitor Schuch (PSB), que estabelece uma política de valorização permanente do Salário Mínimo Regional no Rio Grande do Sul. À tarde, teremos inicialmente uma reunião com o Dieese. E, às 16 horas, estaremos com o Secretário Executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Marcelo Danéris. O objetivo desse encontro será reafirmamos a posição das Centrais Sindicais e apresentarmos uma proposta concreta em relação ao reajuste do Salário Mínimo Regional, a fim de que ele entre em vigor dia 1º de janeiro de 2012, que deverá ser em torno de R$ 719,74”, calcula o presidente da CTB-RS.


Nenhum comentário:

Postar um comentário