quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

Centrais sindicais e empresários não entram em acordo e valor do Piso Mínimo Regional será decidido pelo Governo

Presidente da CTB-RS, Guiomar Vidor, defende índice proposto pelas centrais sindicais para o Piso Mínimo do RS
Foto: Márcia Carvalho
Sem ter havido consenso entre as centrais sindicais e os empresários, o governo do Estado enviará nos próximos dias à Assembleia Legislativa o novo valor do Salário Mínimo Regional que deverá entrar em vigor a partir de 1º de janeiro de 2012. Essas informações foram transmitidas pelo secretário executivo do Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, Marcelo Danéris, na reunião final da Câmara Temática do Piso Regional, realizada nesta terça-feira, 7/12, no Centro Administrativo.
“A orientação do governador é acompanhar a lógica macroeconômica do governo federal. Ela está ancorada à cadeia produtiva que mais gera empregos, aliado ao mercado interno aquecido que sustenta o Brasil durante a crise”, justificou Daneris. “Para isso é preciso que os setores empresariais funcionem bem. De outro, deve haver distribuição de renda que permita o poder aquisitivo manter o mercado aquecido, a fim de proteger o Brasil da crise mundial”.
Segundo Danéris, o governo não pretende usar só o INPC – como quer o patronato - mas admite que dificilmente vai ser em torno de 19% - índice que as centrais sindicais consideram justo, a fim de recuperar as perdas que o Piso Mínimo Regional sofreu nos últimos governos.
“No Rio Grande do Sul, o governador Tarso Genro pretende repetir, dentro da realidade regional, um pouco esta lógica: acompanhar o nível de crescimento do Brasil, ou entrar no mesmo ritmo do país, porque nos últimos anos o Estado cresceu 11% a menos: enquanto o Brasil cresceu 36%, o Rio Grande do Sul ficou em 25%. Então, precisamos encontrar esse mesmo ritmo de crescimento do Brasil”, reconheceu o secretário do “Conselhão”.
Em sua argumentação final, o presidente da Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB-RS), Guiomar Vidor, informou que o reajuste de 14,3% no valor do salário mínimo, a partir de 2012 vai injetar R$ 64 bilhões na economia brasileira. “O PIB brasileiro crescerá 0,8% no primeiro trimestre graças, principalmente, ao poder de compra do trabalhador, que movimentará nosso mercado. Então, vejam bem a repercussão que o salário mínimo tem na economia do pais”, ressaltou.
“Uma questão que precisa ser levada em conta é que a massa salarial já representou mais de 50% do PIB brasileiro e hoje ela é de apenas 34%. Então, mesmo que seja a médio e longo prazo, temos que criar mecanismos para essa recuperação, porque sem o mercado interno fortalecido, dificilmente vamos superar a crise internacional do sistema capitalista que não vai ser resolvida tão cedo“, advertiu Guiomar Vidor.
“O salário mínimo regional cumpre exatamente esse papel que é o de alavancar a economia do Rio Grande do Sul. É o entendimento da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil e esse debate tem que ser em cima dessas questões. Por fim, o Estado, como propulsor do processo de desenvolvimento e da distribuição de renda, tem seu papel a cumprir. Portanto, mantemos a posição de defender o índice fundamentado pelas centrais sindicais, de 18,7%, além da inclusão de categorias que não são reconhecidas pelas entidades patronais”, finalizou o presidente da CTB-RS.

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