segunda-feira, 19 de dezembro de 2011

Governo propõe reajuste de 14,75% ao Piso Regional em março mas CTB-RS exige aprovação de 18,7% em janeiro


                                             Presidente da CTB-RS convoca sindicatos para sensibilizar deputados antes da votação

Depois do governo do Estado anunciar um abono de R$ 14,05 para a primeira faixa do piso regional em 1° de janeiro e fixar 14,75% de reajuste somente a partir de março para todas as faixas salariais, a Central de Trabalhadores e Trabalhadores do Brasil (CTB-RS) e as demais centrais sindicais iniciam uma mobilização junto aos deputados estaduais, a fim de sensibilizar os parlamentares estaduais para que seja incluída emenda que prevê 18,7% de reajuste a partir de janeiro.
“A centrais de trabalhadores, federação e sindicatos farão uma vigília junto aos deputados, pleiteando o reajuste de 18,7%”, anunciou o presidente Guiomar Vidor.
O reajuste em janeiro é fundamental na pauta dos sindicados. “Consideramos que a proposta de antecipar o reajuste no mês de janeiro em forma de abono é uma medida paliativa, ao não permitir que nosso Piso Regional fique inferior ao salário mínimo nacional, para depois implementar o valor total a partir de 1º de março”, critica o presidente da CTB-RS, que vê retrocesso nessa decisão.
“Entendemos que a data-base de 1º de janeiro foi negociada com as entidades patronais, com o governo do Estado e com os deputados estaduais, tendo sido aprovado por unanimidade pela Assembleia Legislativa em abril de 2010”, lembrou.
Para Guiomar Vidor é preciso reafirmar a importância que tem o Piso Mínimo Regional do ponto de vista do desenvolvimento econômico do nosso Estado. 
“Ele é uma forma de distribuição de renda e de melhoria da qualidade de vida daqueles que mais precisam. Isso contribui para o desenvolvimento econômico porque gera e distribui mais renda, o que propicia que haja consumo maior de parte da população que recebe salários mais baixos, pois aumenta as vendas do comércio e, por conseqüência, cresce a produção industrial e gera mais empregos, maior qualidade de vida e faz a roda da economia girar”, assinalou.
São esses fundamentos que fizeram a CTB-RS intensificar mais ainda esse ano, através de uma campanha estadual específica pela valorização do Piso Regional e implementação de uma política permanente de reajuste do Salário Mínimo Estadual.
“Nós entendemos que ele é fundamental e foi a razão do empenho da CTB-RS. Defendemos o parcelamento das perdas do Piso Regional para que no período de quatro anos sejam recuperados os 1,28 salários mínimos, valor original do Piso Mínimo quando foi instituído em 2001.  Com esse objetivo, faremos um esforço final junto aos deputados estaduais, a fim de sensibilizá-los para que seja elaborada uma emenda onde conste o reajuste superior ao que está sendo proposto”, assinalou Guiomar Vidor.
“Reconhecemos que houve avanços significativos por parte do governo do Estado, ao demonstrar que busca implementar o Piso Mínimo Regional.  Ano passado tivemos um reajuste superior ao do salário mínimo e esse ano estamos tendo percentual também superior, mas não chega nem a 0.5% acima do que foi dado ao salário mínimo nacional”, admitiu o presidente da CTB-RS.
Apesar do abono proposto para os dois primeiros meses de 2012, antes que entre em vigor o índice de 14,75% proposto pelo governo, Guiomar Vidor considera que a mobilização das centrais, liderada pela CTB-RS, foi decisiva para sensibilizar o governo.
“Houve uma pressão patronal muito forte no sentido de que esse reajuste não fosse concedido. Por isso, consideramos vitoriosa a campanha da CTB-RS, com apoio das centrais, pois havia uma pressão muito grande do patronato para que fosse concedido apenas o reajuste pelo valor do INPC. Entendemos como um passo positivo porque se não fosse a nossa luta dificilmente alcançaríamos esses valores”.
Prova de que a mobilização deu resultado foi o empresariado - que antes sequer discutia a questão -, pela primeira vez aceitou negociar e admitir o Piso Salarial Estadual.
“Para quem antes defendia a extinção e passou a sentar à mesa de negociação, inclusive ao propor reajuste superior ao INPC, é um avanço significativo”, constatou Guiomar Vidor. “Mas é pouco ainda, porque sabemos que é preciso fortalecer cada vez mais mercado interno diante da crise internacional. Precisamos recuperar o poder de compra dos assalariados. Para se ter uma idéia, na década de 80, a renda do trabalhador representava mais de 50% do PIB e hoje significa 34% do PIB nacional. Prova que a massa salarial diminuiu seu poder de compra em proporção ao que é produzido pelos trabalhadores”, constatou o presidente da CTB-RS.
“Nós precisamos recuperar, a médio e a longo prazo, esses índices para que seja fortalecido cada vez mais o mercado interno, a fim de dar sustentabilidade econômica a nossa economia. É extremamente importante que isso ocorra, ainda mais que o sistema capitalista como um todo vive uma séria crise financeira. Precisamos ampliar nosso consumo interno para que ele dê conta de uma parcela significativa do consumo do que é produzido internamente”, finalizou Guiomar  Vidor.

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